O Tesouro Nacional terá como desafio no segundo semestre recompor o colchão de liquidez da dívida pública, que foi reduzido com os gastos para mitigar os impactos econômicos da pandemia do coronavírus. O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, diz que precisa terminar o ano com essa reserva técnica reforçada porque há vencimentos volumosos, logo no início de 2021, de títulos lançados na crise de 2015. Tradicionalmente, o Tesouro mantém um colchão para honrar os pagamentos da dívida pelos próximos seis meses. Segundo o secretário, atualmente a reserva está menor, o que não preocupa porque o volume de vencimentos dos próximos meses é baixo. “Agora estamos numa situação confortável .
Atuação do BC
Mansueto diz que não vê disposição do Banco Central de comprar títulos longos do Tesouro no mercado secundário. Para ele, é pouco provável que o BC use a nova ferramenta autorizada pela PEC do Orçamento de Guerra, já que o mercado está funcionando e a curva de juros mudou. “Quando o mercado está funcionando e a curva mudou de patamar, não tem muita coisa que você possa fazer não. Você não pode obrigar o investidor a ser otimista com o país.” O presidente do BC, Roberto Campos Neto, diz que a regulamentação para a compra de títulos públicos e privados deve sair nos próximos dias, por meio do CMN. Mansueto prevê que a dívida bruta deve encerrar o ano em 94% do PIB num cenário mais pessimista, que considera déficit fiscal de R$ 700 bilhões e queda de 5% do PIB. “Para chegar a 100% teria que ter muita piora do lado do déficit primário e a frustração teria que ser muito maior. No nosso cenário ninguém chega a isso não.”.
Fonte: Uol Economia e Bloomberg