A Bolsa de Tóquio voltou a ter perdas na sessão desta terça-feira (16), com os investidores ainda procurando se manter afastados das ações em meio a incertezas nas negociações sobre a Grécia e antes da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que começa hoje e será concluída amanhã.
O índice Nikkei, que reúne as empresas mais negociadas na capital japonesa, fechou em queda de 0,64%, a 20.257,94 pontos, registrando sua oitava desvalorização em 11 sessões. A retração dos investidores mais uma vez comprometeu o volume negociado em Tóquio, que ficou abaixo de 2 bilhões de ações pelo segundo pregão consecutivo.
Segundo Nicholas Smith, estrategista de renda variável da CLSA, os investidores continuam evitando risco diante da indefinição da questão da Grécia, que tenta obter nova ajuda financeira antes do vencimento de seu programa de ajuda, no fim deste mês; do encontro do Fed, que nesta quarta-feira poderá dar indicações de quando pretende começar a elevar os juros básicos dos EUA; e das negociações para o Acordo de Parceria Econômica Estratégica Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).
Também nesta semana, o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) revisa sua política monetária, na quinta e sexta-feira. No mercado de câmbio, o dólar reagiu em alta ao iene após o presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmar hoje que não teve a intenção de influenciar o câmbio com comentários feitos na semana passada sobre o valor real da moeda japonesa. Na ocasião, o iene teve forte valorização tanto ante o dólar quanto em relação ao euro. O avanço do dólar nesta terça, porém, não foi suficiente para evitar o fechamento negativo do mercado acionário em Tóquio.
Transportadoras de carga marítima foram destaque de baixa na bolsa japonesa, em função da fraca perspectiva para o setor: a Mitsui O.S.K. Lines recuou 3,0% e a Nippon Yusen caiu 1,7%. O dia também foi de perdas para empresas com elevado valor de capitalização, caso da Takeda Pharmaceutical (-2,0%) e da operadora de telecomunicações SoftBank (-0,9%).
Fonte: Jornal do Comércio/RS – Conteúdo Estadão
